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A equipa vencedora da zona centro da II Divisão garantiu a estreia nas competições profissionais ao bater, em casa, o outro promovido Moreirense, por 2-1, subindo também ao primeiro lugar deste mini-campeonato, com seis pontos, mais um do que os “rivais”.
“Acabámos por ter sorte nesta jornada, que acabou por compensar a infelicidade que tivemos nos outros jogos. Foi o desfecho merecido pelo trabalho desenvolvido por todos no Arouca, mas não posso deixar de dizer que este ‘play-off’ é, por si só, uma injustiça”, disse o treinador do Arouca, Henrique Nunes. Antevendo a próxima temporada, o técnico, que substituiu Carlos Secretário no comando técnico do emblema do distrito de Aveiro após a 10.ª jornada, considera que “o clube vai ter de se adaptar, a nível estrutural, às competições profissionais”, garantindo que “há massa humana para isso”.
“Há cinco anos, o Arouca estava nos distritais de Aveiro, mas foi o empenho e o esforço desta equipa e desta direcção que conseguiram tantas subidas num curto espaço de tempo, até às competições profissionais”, explicou o técnico. Para Henrique Nunes, a vitória neste “play-off” teve dois momentos chave: “A vitória na Madeira foi muito, muito importante porque mostrou à equipa que era possível chegar à Liga de Honra, deu motivação, e hoje foi o culminar deste percurso”.
“O Moreirense fez um belíssimo jogo, mas fomos mais felizes e acho que merecemos isso por todo o nosso trabalho ao longo da época”, sublinhou o treinador do Arouca, que, na primeira fase, somava 15 pontos à 10.ª jornada e encetou uma recuperação notável, atingindo o primeiro lugar após a 26.ª, nunca mais largando esta posição.
Moreirense regressa seis anos depois
Também Jorge Casquilha, técnico do Moreirense, se manifestou satisfeito pelo regresso à Liga de Honra, depois de ter somado três participações na Liga, entre 2002 e 2005, e uma na Honra, em 2005/06. “O nosso objectivo foi alcançado. Nós também queríamos ser campeões, mas, não sendo possível, acho que estamos de parabéns pela subida”, reconheceu o técnico.
Apesar da derrota no terreno do Arouca, a equipa de Moreira de Cónegos, vencedora da zona norte, garantiu a subida - com os mesmos cinco pontos do União da Madeira - por ter marcado mais um golo nesta fase final. “O ideal tinha sido não perder, porque assim seriamos campeões. É sempre uma derrota, mas que acabou por nos garantir a subida e isso é o mais importante”, afirmou Casquilha, reconhecendo que este é “um momento para saborear e festejar”.
Apesar de ter falhado a subida, o União da Madeira foi o clube que somou o maior número de vitórias (24), menor número de derrotas (três) e o melhor registo de golos marcados (72).
Nesta equipa F: C: Arouca Fazia parte Diego Jardel (antigo jogador Figueirense) natural de Stª Catarina
LUIS FERREIRA DA SILVA - Desta feita vou começar pelo final "VIVA O F.C.A". Ontem tive oportunidade de assistir a um jogo de futebol carregado de emoções. Se o jogo do Domingo passado tinha sido um jogo de nervos à flor da pele o de ontem, apesar de muito emotivo, não me deixou tão nervoso. Penso que tal se ficou a dever à descompressão derivada da derrota com o União acrescida com o golo que sofremos logo na primeira parte deste último jogo. As expectactivas baixaram e o nervoso miudinho acalmou. Não sei se esse efeito que sofri se estendeu aos jogadores do Arouca, no entanto, a verdade é que depois do golo sofrido o Arouca foi uma equipa mais personalizada, mais serena e mais objectiva. Partiu na busca do empate e consegui-o de forma peremptória numa jogada muito bonita em que a bola foi lançada em profundidade para a ala esquerda com uma boa recepção do Paulinho Saramago que após ter dado meia dúzia de passos com a bola controlada faz um centro "de morte" para a área onde o Beré, perante o guarda-redes, não perdoou. Era o retomar do sonho. O Arouca regressava aos balneários com o jogo na "estaca zero" e a depender só de si para o ganhar. Não tenho qualquer dúvida, conforme confidenciava com os adeptos sentados ao meu lado, que se o Arouca empatasse antes do intervalo tinha muitas boas hipóteses de levar de vencida a partida. Na segunda metade do jogo o Moreirense voltou a entrar melhor no jogo, mais tranquilo, o que não espanta dado que qualquer dos três resultados possiveis lhes eram favoráveis. No entanto, o Arouca soube reagir bem e demonstrou que iria fazer tudo ao seu alcançe para conseguir a reviravolta no jogo. Para gaúdio e enorme alegria de todos os adeptos e simpatizantes esse golo veio a aparecer numa oportuníssima emenda a uma bola que caiu junto ao segundo poste por parte desse "miúdo irrequieto" e com uns pézinhos muito bons, o Hélder Silva. A partir desse momento, e como o final do jogo se aproximava a largos passos, ambas as equipas encolheram-se e limitaram-se, conforme era expectável e entendível, a gerir o jogo até ao apito final do árbitro. Ninguém, em boa verdade e apesar desses últimos quinze minutos finais, pode afirmar que não houve atitude competitiva, entrega e vontade de ganhar por parte de ambas as equipas. Assim como ninguém, em boa verdade também, pode afirmar que em situação idêntica não se comportaria da mesma forma. Não se podia pedir ao Arouca, bem como ao Moreirense, que mais uma vez com o pássaro na mão o deixasse escapulir por uma qualquer atitude ingénua de procurar ampliar, ou reduzir no caso do Moreirense, o marcador quando este colocava as duas equipas no escalão profissional do futebol. Qundo soou o último apito do árbitro assistiu-se a uma "invasão" pacífica do relvado por parte das hostes de ambas as equipas cujos adeptos queriam festejar perto dos seus heróis mais um feito histórico. O F.C.A. conseguiu aquilo que há bem poucos anos era impensável. Isto de vir dos Distritais até ao Futebol profissional em escassos quatro anos faz do Arouca um "case study". Não é à toa que um qualquer clube faz o percurso que fez o FCA. Tal fica a dever-se, na minha opinião, a uma direcção determinada e coesa e, fundamentalmente, ao seu Director do Departamento de Futebol, o meu amigo António Jorge, e à capacidade de liderança demonstrada pelo Presidente Carlos Pinho. Abre-se agora um novo ciclo para o F.C.A., e para o futebol em geral em Arouca, sendo certo que o seu presidente já afirmou publicamente que será de novo candidato à liderança. Nada mais justo. Foi sem surpresa, mas com algum alívio, que assisti a esse anúncio por entender que ninguém em Arouca, neste momento, reúne as condições para assumir a liderança do clube da forma que o Sr. Carlos Pinho as reúne. As minhas últimas palavras vão para os jogadores, os verdadeiros obreiros, os verdadeiros actores da história que ora ficou escrita. O FCA sem deslumbrar, sem gordos orçamentos ou apostas mirabolantes conseguiu de forma discreta ir conquistando respeito e pontos ao longo da época que o levaram justamente ao primeiro lugar da sua zona e agora ao lugar de CAMPEÃO NACIONAL DA II LIGA. Para todos eles, sem excepção, o meu muito obrigado por esta alegria e por terem escrito a letras de ouro uma das páginas mais bonitas do FCA. VIVA O FCA E VIVA AROUCA.
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