Médio internacional português não resistiu a uma crise cardíaca. Depois
de Eusébio, o futebol português perde mais uma grande referência.
Em menos de dois meses, o Benfica e a selecção portuguesa perderam
duas das maiores figuras da sua história. Depois da morte de Eusébio, no
dia 5 de Janeiro de 2014, foi a vez de Mário Coluna sucumbir a uma
crise cardíaca, nesta terça-feira, aos 78 anos. O grande capitão da
década de 1960 deixa um registo ímpar no clube.
Coluna, uma referência para Eusébio e para uma
equipa que se sagrou bicampeã europeia, chegou ao Benfica em
1954, cumprindo o jogo de estreia a 5 de Setembro, numa partida
particular frente ao FC Porto. Seria o primeiro de um conjunto de 677
encontros disputados ao longo dos 16 anos em que representou os
"encarnados".
O jogador, nascido na Ilha da Inhaca, em Moçambique,
iniciou a carreira no Desportivo de Lourenço Marques, na altura filial
do Benfica. Na chegada a Lisboa, teve no brasileiro Otto Glória o
primeiro treinador, que começou por colocá-lo na frente de ataque.
Seria, contudo, no miolo do meio-campo que Coluna haveria de se impor no
Benfica e na selecção, coleccionando elogios pelos estádios por onde
passava.
Muito competente na organização de jogo, dono de uma
resistência acima da média e de um remate perigoso, o “capitão” (alcunha
que foi resistindo ao tempo) foi uma das figuras de proa de um Benfica
que conquistou duas Taças dos Campeões Europeus. De resto, marcou em
ambas as finais (ao Barcelona, em 1961, e ao Real Madrid, em 1962) e
marcou ainda presença em mais três (1963, 1965 e 1968).
Ao serviço
da selecção nacional, realizou 57 jogos e apontou oito golos, tendo
feito parte da geração dos Magriços, que brilhou no Mundial de 1966. A
despedida dos relvados portugueses aconteceu no dia 8 de Dezembro de
1970, num jogo especial de homenagem, que contou com grandes craques
internacionais, como Johan Cruyff ou Bobby Moore.
Na parte final
da carreira, ainda cumpriu duas épocas no Olympique Lyon, em França (19
jogos, dois golos). Mas a verdadeira glória tinha-a vivido no Estádio da
Luz, durante mais de década e meia.
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